Case: Pequenos negócios da comunidade recebem apoio para se fortalecer e impulsionar desenvolvimento local

RESUMO

O case apresentado refere-se a um projeto planejado e executado pela Bridge Gestão Social - para uma grande empresa com operação em uma região que, historicamente, sempre teve sua ocupação associada à exploração de recursos naturais.

O desafio que a empresa apresentou à Bridge foi o de desenvolver fornecedores residentes nesta pequena localidade, visando o necessário incremento da economia no território como alternativa para redução do êxodo populacional o que, ao final, contribuiria também para a preservação do patrimônio histórico da região.

Foi feito um diagnóstico inicial de capacidade empreendedora e identificada a dificuldade de formar fornecedores na região aptos a atender à governança da companhia. Em discussão com a equipe de Sustentabilidade, a Bridge propôs que tal demanda fosse transformada na constituição de uma rede de empreendedores com foco em dois objetivos principais: aumentar as oportunidades de negócio, tendo em vista a diversidade de possibilidades disponíveis na região, e reduziras dependências da comunidade em relação a qualquer em preendedor, no caso específico em relação à própria empresa, ampliando o mercado potencial. Assim, começou o trabalho de estruturação da Rede de Empreendedores, integrando moradores de alguns distritos da região.

Justificativa

Dado o histórico de impactos socioambientais da operação de empresas extrativas e, mais recentemente, a dinâmica do êxodo populacional, o cenário predominante era de uma comunidade dividida. Pessoas contrárias a essas atividades econômicas não se engajam nas iniciativas propostas pela empresa, mesmo que contribuíssem com o desenvolvimento econômico local. A divisão também ocorria dentro da comunidade, marcada por tensões e competições de interesses nos relacionamentos interpessoais. Sendo assim, era desafiadora qualquer tentativa de estabelecimento de conexão, propósito e planos entre empreendedores de pequenos negócios de maturidades distintas, ainda que o objetivo fosse o fortalecimento mútuo para que se tornassem protagonistas de seus negócios e independentes do apoio constante da empresa.

Metodologia

A primeira etapa do trabalho foi desenvolvida com base em entrevistas realizadas com dois grupos distintos de stakeholders:

Censo com residentes nas comunidades a fim de identificar potenciais participantes da redes;
Pesquisa qualitativa com empreendedores já instalados na região e que, potencialmente, pudessem se tornar clientes ou apoiadores da rede.

Analisados os resultados, novos movimentos estratégicos foram feitos para alinhar as expectativas e definir os passos mais relevantes para a formatação da rede de empreendedores, inclusive superando as divergências entre os dois territórios envolvidos:

Encontros de Co-criação da rede – reuniões com os empreendedores mapeados para construção conjunta do Planejamento Estratégico de trabalho. Os encontros foram dedicados à apresentação mais detalhada da proposta, dinâmicas de integração do grupo, desenvolvimento da Análise SWOT, definição da identidade do grupo e construção do Canvas da rede, finalizando com a elaboração do Plano de Ação para implantação da iniciativa.
Execução do Plano de Ação – uma vez estruturada a rede e seu plano de trabalho com ampla participação de moradores dos distritos, validados pelas partes interessadas (empresa e Ministério Público), a terceira etapa tratou-se da evolução do projeto, conduzida pela Bridge e um grupo de parceiros especialistas criado para este fim, constantemente avaliando e fazendo ajustes necessários.

Resultados alcançados

Ainda que o projeto tenha sido significativamente impactado pela pandemia da Covid 19, é possível elencar os seguintes resultados:

Associação formalizada, com eleição de diretoria, aprovação de estatuto e registro cartorial;
Participação assídua de 23 empreendimentos focados na produção de alimentos, agropecuária e artesanato s;
Além das reuniões periódicas do grupo, foram realizadas sete oficinas de capacitação: Associativismo e Cooperativismo; Como calcular o custo do produto/serviço; Precificação de Produtos; Gestão Financeira dos projetos; Canvas de cada empreendimento; Fluxo de Caixa; Planejamento e operacionalização de feiras e eventos;
Três visitas de benchmarking realizadas (Feira Internacional de Artesanato, Associação Sabores do Grama e Confeitar);
Identidade Visual definida com ampla participação dos empreendedores no debate e definição da proposta;
Realização de duas feiras com exposição e venda de produtos dos participantes da Rede nas dependências da empresa e no distrito;
Parceria com a Prefeitura Municipal e Emater para obtenção do CIM (Certificado de Inspeção Municipal) e visitas de inspeção da Vigilância Sanitária aos empreendimentos com potencial para tal certificação.