Gestão de crise e comunicação
“ Nada a declarar ”. Já vimos essa expressão em muitos canais de comunicação quando o entrevistado – seja empresa ou pessoa física – opta, ante uma situação crítica, por esquivar-se de seu posicionamento perante o público sedento por respostas. Em tempos de Fake News e rápida disseminação das informações por meio das redes sociais, a alternativa, muitas vezes consciente e estrategicamente escolhida pelas das organizações, pode significar “ tudo a esconder ”. Vamos falar nesse texto como se dá a relação entre gestão de crise e comunicação.
Essa escolha, que mescla ainda ruído, boato ou “ recebi pelo WhatsApp ”, pode agravar um contexto de crise tornando ainda mais complexa a retomada da confiança das pessoas, afetando a reputação perante o mercado e impactando na permanência da licença social para operar.
Por isso, falar daquilo que não é fácil dizer deve ser um processo construído amiúde. E são várias as alternativas que podem apoiar as organizações a compor uma relação fundamentada pela transparência , diálogo e escuta . Para todas elas, uma orientação deve nortear as ações: respeitar as necessidades que compõe a realidade de cada público, em seus diferentes níveis de atuação no território compartilhado.
Vamos ver em qual caminho para construção da confiança com seu público sua empresa se encaixa?
O que são crises e tensões?
O surgimento de tensões e crises é quase inevitável em territórios compartilhados por diferentes atores que nele vivem, produzem e reproduzem. Elas dificilmente podem ser eliminadas, pois se está a lidar com diferentes níveis de interesse e formas de apropriação do espaço.
Entendemos como crises as situações que, além de se desvirtuardo planejado, exigindo esforços adicionais da gestão, colocam em risco a saúde do negócio e sua reputação social.
Já as tensões se apresentam quando ocorre um esgarçamento nas relações da empresa com seus stakeholders , formando gargalos que dificultam a comunicação e estabelecendo resistências ao diálogo e bom relacionamento.
Aqui, a confiança está ameaçada e falta boa vontade entre as partes para interagir.
Conecta: construção de pontes sociais em contextos de tensão e crise
Em ambos contextos apontados acima, há que se buscar saídas para relacionamentos respeitosos e comunicação estratégica . Via de regra, situações de conflito geram sofrimento, desconforto e alto custo não apenas àqueles diretamente envolvidos, mas contamina todo um ambiente.
Seguindo essa perspectiva, a Bridge Gestão Social desenvolveu a metodologia Conecta.
Seu objetivo é apoiar a construção de alternativas para a prevenção, redução e/ou neutralização de tensões e crises entre grupos que compartilham de um mesmo território, com vistas ao equilíbrio de interesses divergentes em sua natureza.
Entendendo, ainda, que o caminho não depende da confluência de ideais e interesses dos diferentes atores envolvidos na realidade, mas sim do entendimento de que é possível haver uma orquestração dos pontos de vistas em a favor de uma convivência mais saudável.
Esta metodologia pode ser aplicada a diferentes contextos e situações, sendo que em todas elas há em comum:
→ o compartilhamento de um território no qual busca-se respeitar e/ou valorizar as pessoas,
→ a cultura,
→ o modo de vida,
→ o patrimônio,
→ o meio ambiente,
→ dentre outros aspectos que vão além da perspectiva econômica.
Embora constitua uma frente de atuação autônoma, a metodologia dialoga com três outras frentes de atuação da Bridge:
✓ A construção de relacionamentos entre organizações e territórios (elaboração e execução de planos estratégicos de fomento ao diálogo e relacionamento);
✓ A Comunicação de crise (elaboração de Plano Estratégico de Comunicação e Relacionamento para gestão de crises); e
✓ O desenvolvimento social (elaboração de plano estratégico com atividades estruturantes visando o desenvolvimento socioeconômico de comunidades).
Na prática, a depender do contexto, esta metodologia pode complementar as três frentes de atuação supracitadas ou, por outro lado, ser complementada por elas.
Guia de Posicionamentos Institucionais Críticos
Ao invés de insistir no posicionamento “ nada a declarar ”, que pode fragilizar as relações entre a empresa e seu público, potencializando as tensões e contaminando o diálogo, as organizações podem optar por propagar suas mensagens de forma oficial, íntegra e fundamentada .
Por isso, a partir de escutas estruturadas com público interno e externo, a Bridge constrói um Guia de Posicionamentos Institucionais Críticos a fim de preparar melhor a empresa para as diversas frentes do relacionamento socioinstitucional, contribuindo para a redução de riscos reputacionais.
O documento pode oferecer melhor preparo à empresa para as diversas frentes do relacionamento promovendo alinhamento estratégico e segurança no discurso empresarial.
Os posicionamentos construídos são apresentados aos stakeholders internos visando maior engajamento, construção de senso de pertencimento e ganho de efetividade na atuação.
Por onde começar?
Não há uma receita pronta e aplicável a qualquer contexto. Elas são construídas pelos atores envolvidos na situação, o que é fruto de um processo.
As alternativas buscadas são construídas ao longo do caminho, sabendo-se que este caminho nem sempre segue em linha reta, já que os percalços são inerentes às relações humanas.
Para qualquer uma das alternativas escolhidas pelo cliente e que sejam aderentes à sua realidade e discurso, é importante, tanto por parte da Bridge quanto por parte de quem a contrata, abertura para novas perspectivas sobre a demanda e também para a mudança de olhar sobre os fatos e sobre os atores envolvidos.
Requer abertura para a possibilidade de reconhecer equívocos na gestão – quer seja na atuação ou no discurso passados – que possam dificultar ou mesmo inviabilizar a busca atual por soluções .
Isso significa, no limite, que em alguns casos o processo de atuação pode apontar para a necessidade de ajustes na própria demanda inicial, trazida pela empresa cliente.
Como compreender os posicionamentos de quem pensa diferente e, a partir da escuta, melhorar sua comunicação com o território e se relacionar de maneira transparente com seus stakeholders?
A Bridge pode construir essa alternativa com sua empresa por meio de pontes que viabilizem o diálogo e o bem estar coletivo.
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