Comunicação interpessoal: conflitos e discussões

 

O desafio das relações interpessoais é uma constante na vida de qualquer ser humano. Afinal, em todas as esferas de nossas vidas  – profissional e pessoal -, temos de nos relacionar com outras pessoas e, em muitos casos, administrar conflitos. Mas, como estabelecer uma comunicação interpessoal que evite o conflito como ponto de partida ?


Mas como construir uma comunicação eficaz que evite ou transforme conflitos? Essa é a grande proposta dos princípios da Comunicação Não-Violenta (CNV) e sobre o que vamos falar hoje.

Eu posso parar de discutir?

 Sim, você pode. No entanto, muitas vezes, optamos por deixar de lado situações tensas de conflito e escapar da difícil função de articular nossas próprias demandas, pois nos exigem a habilidade de comunicar nossas dores e anseios com transparência. Mas, isso é realmente interessante para nosso crescimento profissional e pessoal?


Para as premissas da Comunicação Não-Violenta, praticar a empatia e a escuta atenta ao que o outro está comunicando são essenciais para uma boa relação. Mas isso precisa acontecer em equilíbrio com a nossa capacidade de dar ouvidos aos nossos próprios sentimentos e necessidades também.


É no equilíbrio dessa balança que evitamos conflitos desnecessários e desgastantes, que podem evoluir para situações desconfortáveis e até violentas em alguns casos.


Transforme o ambiente da sua empresa com a comunicação não violenta! Acesse nosso blog e descubra estratégias para um clima organizacional mais harmonioso.

O Papel da Comunicação Não-Violenta (CNV)


A CNV nos convida a olhar para os conflitos não como obstáculos, mas como pontos de partida para o crescimento e fortalecimento dos laços interpessoais.


Esses e outros pontos são tratados pelo Instituto CNV e por Cristiane Chaves, em seu texto “Como parar de discutir?” . Partindo do pressuposto de que, sim, somos seres que discutem devido às nossas diferenças. Cristiane nos mostra como aproveitar essas situações de conflito, ensinamentos valiosos para a comunicação interpessoal.


O segredo está em aprender a transformar essas discussões em diálogos construtivos que promovam o entendimento e o respeito mútuo na comunicação interpessoal


Afinal, como já disse Marshall Rosemberg, os conflitos fazem emergir informações importantes sobre os padrões dos relacionamentos, colocando sobre a mesa aspectos que estavam adormecidos pelo tempo ou ocultos pelos nossos medos e inseguranças.

Conflitos na comunicação interpessoal

 

Os conflitos podem existir em qualquer esfera de nossas vidas -da relação amorosa à relação profissional -, com conhecidos, colegas de trabalho e familiares.


A CNV trata, principalmente, não de evitar essas situações, muitas vezes inescapáveis dados os diversos interesses em uma relação, mas de resolvê-las de forma propositiva. Transformar conflitos e discussões é um dos objetivos da CNV.

 

 Aqui, vale a dica do Podcast “Para dar nome às coisas”. Natália Sousa produziu um episódio sobre “Conversas difíceis melhor tê-las” no qual ela faz um paralelo destas com as louças usadas acumuladas na pia: evitar encará-las não fará com que desapareçam. Aliás, a sujeira vai se agarrando tornando cada vez mais difícil a limpeza.


Transforme crises em oportunidades com estratégias de comunicação eficazes! Acesse nosso blog e descubra dicas práticas para uma gestão de crise assertiva.


Princípios Fundamentais para uma Boa Comunicação Interpessoal


Empatia e Escuta Ativa

Para evitar que conflitos se transformem em discussões destrutivas, é essencial praticar a empatia e exercitar a escuta ativa. Ouvir o outro com atenção e, ao mesmo tempo, reconhecer os próprios sentimentos, permite que as necessidades de cada parte sejam compreendidas e respeitadas.


Essa prática fortalece a comunicação interpessoal e ajuda a evitar julgamentos precipitados.


Autoescuta e Autoconhecimento

Conhecer e entender nossos próprios sentimentos é o primeiro passo para nos comunicarmos melhor com o outro. Através da autoescuta e da autoempatia, somos capazes de articular nossas demandas de forma clara e sem agressividade, contribuindo para uma comunicação interpessoal mais eficaz e equilibrada.


Estabelecimento de Limites

Muitas discussões surgem quando os limites não são respeitados. É fundamental que cada interlocutor defina e mantenha seus limites de forma honesta e assertiva, evitando ataques e críticas destrutivas.


Esse cuidado é essencial para manter a harmonia na comunicação interpessoal.


Escuta e empatia, autoescuta e autoempatia

 Já que colocar em prática a CNV é aprender a ter conversas difíceis , é preciso, de antemão, exercitar algumas premissas aplicadas  na Comunicação Não-Violenta: a escuta humanizada e empática.


O exercício da escuta é, antes de tudo, observação, uma contemplação das necessidades, desejos e anseios do outro. Compreender o que é importante para o outro faz parte do processo de comunicação interpessoal não-violenta.

A partir da escuta atenta, pode-se construir a empatia pela situação do outro.É uma relação que exige honestidade de ambas as partes, além do estabelecimento de limites: muitas discussões emergem de ataques e ilações de quem ultrapassa os limites do seu interlocutor. Por meio do exercício de empatia, é possível compreender as dores de seu público.


Dicas Práticas para Melhorar a Comunicação Interpessoal


  • Pratique a escuta ativa: dedique momentos para ouvir verdadeiramente o outro, sem interromper ou julgar.
  • Exercite a empatia: tente se colocar no lugar do seu interlocutor para compreender suas emoções e necessidades.
  • Seja claro e assertivo: expresse seus sentimentos e demandas de forma transparente, sem agressividade.
  • Respeite os limites: saiba reconhecer e respeitar os limites pessoais e do outro para evitar conflitos desnecessários.
  • Busque o autoconhecimento: invista em práticas que promovam a autoescuta e o equilíbrio emocional.

Construindo relações com a CNV

Como construir, então, boas relações a partir dos princípios fundamentados pela Comunicação Não-Violenta?

 A construção desse tipo de comunicação, que deve evitar julgamentos moralizantes, sentimento de culpa, comparações, depreciações e críticas destrutivas, é um exercício diário de ambas as partes.

Compartilhe

outros artigos

LEIA tambÉM:

mão conectando a ponte para representar a metodologia de gestão social da Bridge, com nome de Conect
Por Bridge Gestão Social 18 de setembro de 2025
Através da Metodologia BRIDGE CONECTA buscamos construir pontes sociais em contextos de tensão e crise. Estudamos muito para elaborar esse método que é fruto também de muitas experiências práticas de construção de conexões.
Laptop and blueprints on wooden beams at a construction site, bathed in sunlight.
Por Bridge Gestão Social 15 de agosto de 2025
Veja como diagnósticos socioterritoriais e uma gestão social ativa são fundamentais para alinhar projetos imobiliários à realidade das comunidades, reduzir conflitos, fortalecer relacionamentos e garantir o sucesso sustentável do empreendimento, a partir da experiência da Bridge Gestão Social.
Homem e mulher conversando sobre os desafios na gestao do relacionamento com comunidades
Por Bridge Gestão Social 15 de agosto de 2025
Descubra como os Comitês de Acompanhamento liderados pela Bridge fortalecem o diálogo, promovem o engajamento com comunidades para construir relações verdadeiramente sustentáveis, mesmo em contextos desafiadores e de conflito já instaurado.
Ver todos